Menu

sábado, 20 de outubro de 2012

Pensamento apócrifo




Esta não é uma história de amor ou sobre o amor, penso que ela trate de algo mais simples, mais rudimentar ou mesmo inacabado, talvez uma história de como amar.

Ironicamente começo a escrever pelo fim, ou melhor, pelo último dia em que ainda posso tocar minha pequeña.

A vida é uma constante mudança, um ciclo perfeito de incertezas, reviravoltas ou surpresas. Hoje estou há mais de dois mil quilômetros do que, ano atrás, acreditava ser meu lar, sem saber se estou indo ou vindo.

Às minhas costas, a indigesta despedida empurrada goela abaixo, engolida em seco que por muito tempo provocará amargas lágrimas. Por uma pequena janela que não pode ser aberta, declaro meu amor eterno. Sem saber se está com medo, com fome ou frio, me sinto impotente.

Cada vez mais próximo de casa, cada vez mais longe do meu lar, aprendi a respeitar lágrimas derramadas em rodoviárias e aeroportos.

- Até logo, eu te amo muito, vida!

Foram estas as últimas palavras que consegui ler em sua boca em meio a um sorriso triste com lágrimas nos olhos entreabertos.

Sempre tive a impressão de que voltar de algum lugar era mais rápido do que ir até ele, mas naquele 28 de julho de 2012 não foi assim. Às 10 horas de viagem serviram para pensar em muitas coisas, mas em especial que nem tudo nesta vida é coincidência: E isso explica o motivo pelo qual estou assistindo “um bom ano” e lembrando quando me contou sobre um filme que deveríamos assistir juntos, “do carinha que investe na bolsa, sabe a hora de comprar e vender ações...”

É amor, este é um dos motivos pelo qual sei que nossa história não termina hoje, escreveremos linhas felizes e tristes, mas sempre serão escritas a dois. Arrivederci.

Eternamente, do seu Ridy.
                                     
Ps: Hey, meu amor, não é aleatória a escolha da música. Mais do que eu, você sabe que ela representa o cumprimento das nossas promessas. Da primeira vez que comemos juntos com Hashi, você toda envergonhada por não conseguir manusear direito e eu todo bobo te dando comida na sua boca.

            

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sessenta dias


Oh meu bem, estou sentindo sua falta mais uma vez, mas agora já não consigo discernir se seria essa imensa saudade que sinto ou apenas o simples costume de pensar em você. Ninguém sabe como dói demais estar longe de você, tenho estado tão suscetível a dores nos últimos tempos, dores de todos os tipos, dores espalhadas pelo corpo, dor por sentir falta de você, dor por não sentir seu cheiro, por não poder tocar em sua pele, dor por simplesmente não poder te ter e, eu talvez saiba que a minha única cura esteja a 2.116 km de distância de mim.
Não estava preparada física e emocionalmente para te deixar partir, não estava acostumada com essa imensa ausência que atualmente tenho de sentir e minha vida é tão solitária sem seus risos contagiantes, sem aquela sua fala clichê vem cá, meu passarinhoou até mesmo sem aquela sua fala um pouco brava mas que menina, sem seus abraços diários e principalmente aqueles abraços em que me envolviam de corpo, alma, coração...  segundos, minutos, dias e até pouco mais de dois meses já se passaram e eu ainda sofro com a sua partida forçada.
Decorei o seu cheiro – para poder senti-lo toda vez que sinto saudades de você –, mas que tipo de pessoa decora cheiros? Talvez seja aquela acostumada a distinguir o cheiro do sabonete, desodorante e perfume do seu real cheiro, talvez seja aquela pessoa que saiba exatamente o cheiro que sua pele exala e com essa minha incrível habilidade te trago para mais perto e finjo estar ao seu lado.
Acordei sorridente hoje por escutar sua voz logo pela manhã, mesmo que tenha sido através de um celular e eu não suporte isso. Uma leve brisa de otimismo me tomou e me fez encarar as coisas da melhor maneira possível e pude perceber que apenas 60 dias me mantém distante de você, mais da metade dos dias foram levados ao vento e ainda que nós mesmos tenhamos duvidado disso, conseguimos nos sustentar firme e forte, com base naquele velho ditado de que o que não nos mata nos fortalece, então estamos ficando mais fortes a cada dia que passa e que com isso possamos vencer mais essa batalha e conseguiremos, eu sei.

Você está presente, mesmo que esteja longe. Eu sinto sua falta, meu anjo.

Com amor, sua Cali.

P.s.: I Love You.